quarta-feira, 21 de julho de 2010

Rios vermelhos



Um conto soturno para uma criança solitária,
em um deserto gelado,
d
entro de uma noite sem fim.
Ondas raivosas devoram rochas antigas, um quadro surreal do horizonte mais belo.
Na praia mais distante ao fim da estrada mais longa.
No fim da mais saudosa história já escrita, onde a garrafa chega ao fim e o vinho derramado se mistura ao sangue corrente.
Figuras medonhas dançam na fumaça, olhos flamejantes surgem nas brasas.
Como anjos de fogo dançando no inferno.
Nuvens cinzentas regam terras mortas, flores sedentas brotam dentre ossos secos.
Lágrimas orgulhosas conduzem olhos altivos até tocar o chão ensanguentado...
Veias transbordantes percorrem a terra. Rios vermelhos contornam olhos inocentes, alimentam bocas secas e lavam mãos violentas. Deixe a fogueira arder, continuemos a dançar. Deixe que o espírito queime e a fumaça suba. Rios de sangue refletidos no céu avermelhado. A paisagem noturna, o berço do nada... Refletido em seus olhos e enterrado em seu peito.
Alysson David Reis

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