quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Sangue, bebida e suor: O retrato de uma dessas noites

O que nos tornamos além de pessoas cansadas? Nada seremos além de retratos, nada nos restará além de lembranças amarguradas e embriagadas. O amor por vezes nos maltrata e nos consome. É um drink de suor, saliva e lágrimas. Contudo pior é a agonia da distancia do que o impacto da proximidade. O livro continua aberto na mesa, mil poemas para descrever a mesma velha dor. Todos os dias chegamos ao fim do que penssávamos ser a vida, mais um capítulo da trágedia que continua a ser escrita em jornais manchados de sangue. Alimentamos o que nos consome e depois matamos uns aos outros para consumir o que nos mata, nada durará até o amanhecer. Há sexo nas ruas e morte nas esquinas, eterna será a noite de quem jamais verá o dia. A paisagen noturna se confunde com a escuridão interior enquanto a lascívia acende o fogo em nossos olhos, iluminando nossas faces, guiando nossas mãos, aproximando nossos lábios e aquecendo nossa pele. Dedos afáveis e carícias violentas, mergulho em sua pele e dreno seu perfume. Corpos se comprimem uns contra os outros, esmagando a solidão que não para de crescer como uma cova em baixo de nossos pés.

Maldito aquele cujo a garrafa esta vazia e feliz aquele que morre vítima do próprio desejo. Porque uma vida sem paixão é um livro sem palavras, o infinito é o nada e o nada é tudo o que somos.

Alysson David Reis

P.S.: É melhor ter a morte caminhando ao seu lado do que em sua direção.

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