quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Morte lasciva

Ela esta de pé diante da janela, as luzes da cidade iluminam seu rosto.

Seus seios parecem querer rasgar sua blusa. Ela esta perdida, ela quer morrer,

ela quer desaparecer na chama que surge do atrito entre dois corpos nus.

Deitados nas próprias cinzas, respirando a fumaça de carcaças incandescentes;

respirando o perfume dos restos mortais daqueles que viveram um sonho extinto.

Daqueles que morreram no fio da navalha ou adormeceram no esquecimento.

Meu corpo saciará minha garota e meu sangue saciará a terra.

Lábios sedentos bebem da pele suada, mãos trêmulas esmagam gargantas.

O fogo nos encobre e mais uma vez seus olhos desaparecem antes mesmo da noite surgir.

E lentamente se foi; balançando as cortinas, exalando seu perfume e intoxicando minha mente...

Como uma imagem fumegante, no calor da noite mais delirante; como um conto da embriaguez, ou uma lembrança sombria forjada na loucura.

Alysson David Reis

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