quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

11/02/2011 - 04:16 da manhã

Há muito tempo este tem sido meu único modo de falar, meu único modo de ser, meu único modo de existir. Escrever se tornou sinônimo de viver, já que a maior parte da minha vida é imaginária e a outra parte é feita de lembranças. Até mesmo o presente já é parte desta coleção de memórias, que vem e vão em noites vaporosas, como companhias estranhas; os meus velhos visitantes desconhecidos. Para quem eu escreveria pela ultima vez? Senão para cada habitante dos quartos vazios que preenchem os longos salões da minha mente. Que já não é mais tão confiável e ainda assim tem sido um lar para os mais loucos pensamentos e para as mais solitárias companhias que encontrei nos becos escuros do acaso ou nas tramas torpes da vida. Da vida bem vivida, através de momentos bem vividos. O que posso deixar além de palavras incapazes de serem compreendidas por qualquer vestígio de razão?

Meu legado são restos mortais espalhados em cada poema, em cada ato impensado ou em cada instante apaixonado ou embriagado. Deixo a paixão pelas coisas simples, pela vida, pela morte, pela arte de viver plenamente como um verdadeiro poeta deve fazer. Que me siga qualquer carcaça que ainda carrega uma alma ou qualquer assassino que tenha se apaixonado por sua vítima.

Alysson David Reis

2 comentários:

  1. Ewerton Nunes da Silva17 de fevereiro de 2011 às 09:17

    Olha cara não sei de que planeta vc veio mas sei que tu escreves muito bem ´´é tudo meio abscuro mas muito bem elaborado, parabéns!

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  2. Sou do mesmo planeta que o seu cara! Eu juro! Apenas de um mundo ou de um modo diferente. Obrigado por comparecer em meu blog,abraço!

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