terça-feira, 26 de julho de 2016

Eu acredito nas promessas dos ébrios

Eu acredito nas promessas dos ébrios,
Ainda que suas palavras se esfumassem antes da ressaca e suas histórias se apaguem nas falhas da memória
Eu sinto falta dos dias que não levo em meu álbum velho
A vodka cria histórias
A vodka apaga histórias
Um brinde a você com quem compartilhei um cigarro naquela praça,
Que agora se distancia na forma de um navio que leva consigo saudosos estranhos
Para o lado mais penumbre da mente afogada
Aquela fotografia azulada vai ganhando tons de cinza na janela empoeirada do ônibus cheio de carcaças
A paisagem se estende, se despede e desaparece
O tempo que levo pra adormecer é a distância entre onde estou e onde gostaria de estar
O brilho do sol, o calor do dia e a jornada entre as horas passam despercebidos enquanto finjo viver a vida
Eu vivi para criar boas memórias
E as melhores que tenho se afundaram no mesmo copo de onde nasceram
Tenho em mim todas as saudades e nenhum arrependimento


Alysson David Reis 

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