sábado, 26 de julho de 2014

A dança sem fim

Máscaras permanecem impunes
Segredos permanecem sagrados
Ainda que sejam revestimento de um baú vazio
Uma chama em uma prisão de vidro iluminando um caminho em círculos
A mesma dança herege
A celebração do paraíso inabitável
O fruto que proibimos para então desejá-lo
Esta é a canção que precede o nome mais antigo
A primeira noite após o último dia
A queda definitiva do sol devorador de mundos
Aproxima o rosto das águas e contempla o céu mais de perto
Mergulhe na vida que foi tirada
Pelas mãos do ímpio e em nome do justo
Receba o coração da vítima voluntária e dá de comer ao que não tem alma
Esta é a dança primitiva que seduz a modernidade
E conduz a flecha do selvagem
A mesma dança herege, outrora sagrada
Imortal após a morte
Infinita até o fim


Alysson David Reis

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